sábado, 23 de fevereiro de 2008

Abuso sexual contra crianças cresce na cidade de Teresina

Informações do Conselho Tutelar revelam o crescente aumento no número de denúncias de abuso sexual contra crianças e adelescentes em Teresina. O problema cresce a cada dia porque em muitos casos, o agressor está dentro da própria família.

De acordo com o Conselho Tutelar, o pai geralmente é o grande acusado desta prática de crime. Para João Neto, coordenador do 1° Conselho Tutelar de Teresina, o fato do chefe da família ser, na maioria das vezes, o responsável pelo crime é uma das principais dificuldades encontradas pelo conselho. "Primeiro a família não acredita que isso possa está acontecendo, depois as mães têm medo de denunciar o chefe da família, assim o combate é dificultado", explica o Coordenador.

Em 2007, foram registrados 17 casos de denúncias na zona Norte de Teresina, 16 na zona Sul, três na zona Leste, dois na zona Sudeste e um na zona Rural. Destes casos, a maioria é contra crianças do sexo feminino. Só este ano já foram registrados seis casos.O Coordenador alertou às famílias quanto às denúncias. Segundo ele, não é preciso ter certeza para realizar a denúncia, a desconfiança já é suficiente para fazer o registro.

"As pessoas podem denunciar no 1° e 2° Conselhos Tutelares e no Projeto Sentinela. Após receber a denúncia, o Conselho irá investigar para ver se realmente está acontecendo o abuso", frisa João Neto. De acordo com o Conselho Tutelar, quando o abuso é confirmado a denúncia é encaminhada para o Ministério Público e para a Delegacia Especializada e a criança é direcionada a um acompanhamento profissional.

"Mesmo com este trabalho, as crianças (sexo feminino) abusadas sexualmente sempre têm algum tipo de seqüela. Ficam inibidas e evitam conversar com homens, ou passam a ter afinidades com a pessoa do mesmo sexo, ou em um caso mais especial acabam entrando de vez na prostituição" conta. Outro problema apontado pelo Coordenador e que ajuda nesse aumento de crimes praticados contra crianças e adolescentes, é a impunidade.

De acordo com ele, a burocracia é muito grande e os agressores denunciados quase sempre não são presos."Acho que a Delegacia Especializada tem algum tipo de problema, porque os mandados de prisão que a ela são encaminhados, poucos são cumpridos. Os presos por este crime foram todos da Delegacia da Mulher, não sei qual o problema", diz João Neto.

Em suspeitas de abuso contra a criança o disque denúncia é: 0800-280-5101 ou 3215-9313.

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