sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ÁLCOOL X TRÂNSITO: Uma relação perigosa que pode acabar destruindo vidas. CONFIRA

Falta de educação; má formação; falta de consciência; irresponsabilidade; excesso de velocidade; uso do celular ao volante e principalmente ingestão de álcool. Estas são algumas das principais causas de acidentes no trânsito das grandes cidades brasileiras. Na capital do Piauí, Teresina, não é diferente.

Em contrapartida, para a conscientização da população a Strans - Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Teresina, está sempre desenvolvendo ações para melhorar a qualidade do conhecimento dos condutores.

A Strans, através de campanhas, palestras e projetos, procura conscientizar os teresinenses que as normas de trânsito servem para orientar e organizar o trânsito de forma que todos saibam o que fazer e entendam que os outros irão fazer, respeitando preferências e a sinalização existente no local.

Álcool X Trânsito

Sobre a relação perigosa Trânsito x Álcool, Ricardo Freitas, Diretor da Strans, disse que o problema já não é só do trânsito, mas de saúde pública e precisa, urgentemente, que seja encarado pelas autoridades como são os problemas de educação, saúde e segurança, por exemplo.

“É um problema que passa também pela nossa cultura, pela falta de cidadania e isso precisa mudar. Hoje, a própria Sociologia, a Antropologia já se preocupa com esta questão, pois a cada ano são milhares de vidas perdidas devido a essa combinação nada correta”, alerta o diretor.

Para inibir o consumo dessa prática, ele diz que a Strans faz constantes fiscalizações e blitzs por toda a cidade.

“Nas blitzs, se constatarmos que o condutor consumil álcool acima do permitido para conduzir moto ou carro, nós autuamos e aplicamos a multa correspondente e o encaminhamos ao Detran ou Cipetran para que façam o teste do bafômetro. Mas isso desde que eles queiram fazer o teste”, explica o diretor da Strans.

Ricardo Freitas explica como um condutor que dirige sob o efeito do álcool tem suas funções alteradas, sendo um potencial causador de acidentes do trânsito. Para ele, além do condutor ficar exposto a acidentes, as multas dessas infrações são caras.

Para mostrar que o excesso de velocidade, provocado muitas vezes pela ingestão de bebida alcoólica, eleva os riscos de uma pessoa atropelada ter morte imediata, o diretor faz a seguinte comparação.

“Se uma pessoa for atropelada por um automóvel que vem a 40 quilômetros por hora, a probabilidade que tenha morte imediata é de cerca de 33%. Considerando as mesmas condições, se esta mesma pessoa for atropelada com o automóvel a 60 quilômetros por hora, essa probabilidade aumenta para 90%, ou seja, a vítima dificilmente não morre”, fala o diretor Ricardo Freitas, acrescentando que a maioria das infrações registradas pela Strans na cidade de Teresina são provocadas pelo excesso de velocidade, cerca de 57% das infrações.

Para o diretor, as ações desenvolvidas neste ano para prevenir os acidentes serão ampliadas em 2010 e conta com a participação de todos que formam o trânsito teresinense. “Que imprensa, escolas, universidades, profissionais do trânsito e todos envolvidos neste processo possam contribuir para que tenhamos um trânsito cada vez mais saudável.

Que educação a Strans leva aos condutores de Teresina?

A Chefe do Departamento de Educação no Trânsito da Strans, Aldeia Lima, falou ao D'noticias e mostrou que ações são desenvolvidas para prevenir os acidentes na capital. Segundo ela, a Strans vem fazendo constantes campanhas e levando educação aos motoristas da cidade. No entanto, completa Aldeia Lima, o problema maior é mesmo cultural, o que faz com que os condutores não adotem postura defensiva ao dirigir.

“Tudo passa pela cultura. Mas nossas campanhas vêm surtindo efeito e as pessoas vêm mudando, agora todos não mudam ao mesmo tempo, cada um tem o seu momento. Mas acreditamos que este trabalho, em parceria com vários outros setores de Teresina, vai tornar nosso trânsito mais seguro”, afirma.

Entretanto, para Aldeia Lima, a ação de educação mais eficiente deve ser dentro de casa, com a família. Ela assume que não tem como a Strans está fiscalizando em todos os lugares e evitando que as pessoas bebam e nem poderiam fazer isso, mas a família sim, ressalta, tem esse poder de educar seus filhos para que tenham consciência e não saiam ingerindo bebida alcoólica e dirigindo.

A chefe de fiscalização acredita que tudo é uma questão de cidadania, pois ninguém pensa nos seus deveres, apenas dos direitos e isso aumenta a violência no trânsito. “Ninguém sede sua vez, ninguém se preocupa como vai chegar, mas sim em chegar em algum lugar. Temos que pensar que não somos o centro, que ao nosso redor vivem pessoas, seres humanos. Quando entendermos que não somos o centro de tudo, aí sim, vamos ter dado um grande passo para que tenhamos motoristas educados e preocupados realmente com o trânsito. Nessa relação trânsito e álcool, não deixe que você saia perdendo. E entenda que dirigir embriagado é mais que uma infração, é um crime de trânsito”, conclui Aldeia Lima.

Vítima do trânsito

"Era noite de sábado...por volta das 20h, 20h30, eu vinha com uma amiga de uma festa dos idosos no bairro Piçarra, eu não lembro direito, só sei que o cara, completamente embriagado, bateu lateralmente na gente e a partir daquele dia, minha vida mudou completamente". Essa descrição feita pelo aposentado Raimundo Nonato de Melo, de 64 anos, infelizmente não é única. Assim como ele, milhares de pessoas já sofreram acidentes onde o motivo é o consumo de bebida alcoólica.

Morando na rua 34, do bairro Uruguai, zona leste de Teresina, seu Raimundo Nonato não quiz mostrar o rosto, mas aceitou falar com o D'noticias e contar sua história após o acidente que sofreu. Ainda traumatizado com o ocorrido, ele conta que o acidente foi em 2007 e desde então, sua vida não foi mais a mesma. As consequências foram muitas.

“Eu quebrei a tíbia da perna esquerda e fraturei os dois fêmus, passei mais de 40 dias internado e quando sai, passei muitos meses até me recuperar. Mas infelizmente não pude mais fazer o que eu fazia. Tive que me aposentar por invalidez e ainda hoje tenho trauma do trânsito”, explica o aposentado.

Raimundo Nonato trabalhava como mototaxista e teve que deixar o trabalho. Atualmente, ele revela que até anda de moto, mas não consegue levar ninguém como carona, pois acha que se trata de um ladrão. “Fiquei assim, não consigo levar ninguém da garupa da moto, pois acho que é ladrão. É outro problema, mas acho que é psicológico mesmo”, diz.

O que mais indigna seu Raimundo é que no dia ele não tinha ingerido bebida alcoólica e que hoje está com problemas causados por uma pessoa irresponsável que estava embriagada no trânsito.

“É triste saber que mesmo com as campanhas educativas feitas pela Strans, o meu caso não foi o primeiro e não será o último. Todos os dias várias pessoas, na maioria jovens, saem para se divertir, se embriagam e depois saem pelas ruas fazendo vítimas”, lamenta seu Raimundo.

Vítima dessa relação trânsito com bebida alcoólica, o aposentado dá algumas orientações para que mais pessoas não tenham suas vidas destruídas.

“Primeiro que melhorem como motoristas, que sigam as leis do trânsito, que respeitem os direitos dos outros motoristas. Que busquem colocar em prática o que aprendem nas autoescolas, pois muitos fazem tudo ao contrário depois que recebem a carteira. E que acima de tido sejam humanos, pois caso contrário, mais pessoas vão continuar sendo vítimas, assim como eu”, orienta o aposentado pai de 4 filhos.

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