sexta-feira, 20 de agosto de 2010

OBRAS DA POTYCABANA 'se arrastam' há mais de um ano na cidade de Teresina

Criada ainda no governo de Alberto Silva, parte das obras do Parque Potycabana estão paradas há mais de um ano. Fundada para ser um dos principais pontos de lazer para os teresinenses, o parque apresentou problemas em sua estrutura nos últimos anos e não vem cumprindo sua função. A população reclama de tanta morosidade.

Para mostrar como está o Parque Potycabana atualmente, a reportagem visitou o local, na companhia do engenheiro Cleitmã Oliveira, que acompanha as obras de proteção contra a erosão, o dique, que estão sendo executadas pela empresa Reconcret. De dentro do parque o cenário é de contraste. Enquanto de um lado, as obras de proteção contra a erosão às margens do Rio Poti estão próximas do fim e, segundo o engenheiro Cleitmã Oliveira, devem ser concluídas até o fim deste mês, do outro ainda não foi feito nada e a demora já passe de um ano, tempo que o parque permanece fechado para visitas.

Orçada em aproximadamente R$ 14 milhões, inicialmente a obra tinha previsão de 180 dias para a conclusão e, inclusive, teve inauguração anunciada para abril deste ano, no entanto, novos problemas surgiram e o prazo foi prolongado. Por ser uma obra de grandes proporções, cerca de quatro empresas foram contratadas para a execução dos serviços, mas apenas uma segue em curso, reformando o muro que sustenta o piso, que ficou cheio de crateras e buracos após as cheias do Rio Poti no início de 2009.

Na oportunidade, técnicos vistoriaram o local e elaboraram um relatório apontando que o solo é misto e irregular, havendo a necessidade da construção uma estrutura mais forte, concreto armado e pedras para garantir a sustentação da estrutura. No mês de novembro do ano passado, o Parque Potycabana foi fechado, por meio de um decreto de emergência assinado por Wellington Dias, então governador do Piauí. Antes de ser fechado, o Parque Potycabana estava com a estrutura toda defasada e em estado de abandono. Grandes eventos culturais e artísticos deixaram de ser realizados lá, por oferecer riscos aos visitantes.

O DIQUE
Responsável por uma parte da obra na Potycabana, o engenheiro da Reconcret, Cleitmã Oliveira explicou todo o procedimento que está sendo feito no local e que deve ser concluído ainda em agosto. “Estamos fazendo a obra de proteção contra a erosão às margens do rio. É uma estrutura em três camadas para sustentar o local, que forçava o muro de proteção toda vez que o piso do parque acumula água. A primeira parte chamamos de enrocamento, que a colocação de pedras de grandes proporções no leito do rio para fixar a areia; a segunda parte chamamos de gabião, que é um saco de ferro cheio de pedras. Quando houver cheia, a água passará por ele e deixará os detritos no saco, onde posteriormente nascerá uma vegetação que também dará sustentação à margem e, por fim, faremos uma construção de massa-cimento, revestida de concreto, dando mais coesão à estrutura”, explicou o engenheiro.

Segundo Cleitmã, cerca de 42 pessoas trabalham na construção do dique, obra orçada em mais de R$ 5 milhões. “A obra é toda feita com técnicas modernas da engenharia civil, possibilitando segurança e total confiança aos futuros visitantes. Já fizemos algo parecido no dique no Poti Velho. Toda a área foi cuidadosamente estudada para que a alternativa encontrada pelos projetistas, para a solução do problema de erosão no parque, fosse a melhor possível”, destaca Cleitmã Oliveira.

A obra de proteção do muro se estende por uma área de 680 metros e visa afastar a possibilidade de nova erosão no local, na época em que o rio encher muito. Cleitmã acrescenta que no subsolo do Parque Potycabana foram colocados vários tubos de dreno para a retirada da água que se acumula quando chove, além da colocação de pesômetro, aparelho que mede a quantidade de água que fica retirada durante as chuvas.

O engenheiro da Reconcret disse que não tem conhecimento sobre o restante da obra, que está sendo feita por outras empresas. Ele adiantou ainda que todos os funcionários estão recebendo em dia, o que significa, de acordo com ele, que a empresa também está.

Com relação à demora na conclusão da obra, o profissional avaliou a situação, mas disse que só poderia falar pela Reconcret. “Nós estamos há cinco meses trabalhando e devemos concluir no fim de agosto. Só custamos porque apareceram outros problemas no muro quando a obra já estava em andamento, aí tivemos que fazer novos estudos e traçarmos novas estratégias. Sobre a morosidade da obra como um todo, eu acredito que ela está parada porque não tem como mais empresas trabalharem ao meso tempo aqui, nós usamos máquinas grandes e movimentamos matéria pesados, mas creio que assim que terminarmos a obra deve seguir seu cronograma normalmente”, ressaltou Cleitman Oliveira.

OUTRO LADO
Por meio de sua assessoria o Secretário Avelino Neiva informou que não tem nenhuma novidade no cronograma da obra. Disse que as obras de reconstrução da parte estrutural começam tão logo terminem as obras de construção do dique, que deve acontecer ainda este mês.

A assessoria disse ainda que a obra está parada porque não tem como trabalhar com as maquinas da empresa que está lá trabalhando, pois são todas pesadas e não teria como conciliar. Informou também que a obra do dique está custando muito por que estavam fazendo a reparação em um local, com um projeto, mas houve um rompimento do muro em outro lugar, no caso, uma erosão grande que ameaçava, inclusive, a estrutura da Ponte Juscelino Kubitschek. A alternativa foi, segundo a assessoria, priorizar esta nova etapa. Reforçou que quando a obra da Potycabana terminar, a construção vai virar um grande dique, semelhante ao feito no bairro Poti.

Conforme a assessoria, devido a essa mudança de cronograma, foi acrescido ao orçamento um aditivo, pois o valores da obra estabelecido anteriormente iriam faltar.

Procurado pela reportagem, o secretário de Infraestrutura do Estado, Avelino Neiva, disse que não se pronunciava por telefone e que era preciso um contato pessoalmente.

O PARQUE POTYCABANA
Parque Estadual Potycabana está localizado à margem direita do Rio Poti, em frente ao Teresina Shopping. Na época da construção tinha a finalidade de servir para uso recreativo, mas com o passar do tempo, o local começou a carecer de algumas manutenções, afastando os visitantes. O local possui uma área de 8 hectares e compreendia, em seu projeto original, um grande espaço de lazer com pistas de skates, piscinas com ondas, toboáguas, barzinho e palco para shows. Todos esses espaços estão inutilizados no momento.


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